Victor e Alice viveram em seis meses o que poucas pessoas viveram a vida toda. Foi um sentimento tão puro e intenso que poucos entenderiam. Almas gêmeas muitos diriam.
Em pouco tempo eles provaram do suspense e da emoção que só um amor em segredo pode proporcionar. Mas provaram também do ciúme e da imaturidade que a pouca experiência os presenteou sorrateiramente.
Antes do fim, partilharam sonhos e as afinidades de uma vida que poderia ter existido se não fosse pelo orgulho. Partilharam a mesma canção. Foram as melhores e as piores lembranças de ambos.
Victor a amou de verdade? Ela não saberia dizer.
Mas ela o amou como nunca amará ninguém e com um tipo de amor que talvez muitos nunca venham a conhecer.
O quanto Victor sofreu? Ela também não saberia dizer.
Mas ela sofreu como se parte de seu coração tivesse sido dilacerado e seu coração sangrou, sangrou em segredo. Feridas tão profundas que nunca cicatrizariam. Feridas que sangrariam para sempre. Mas que tipo de amor poderia fazê-la sangrar até o fim?
Alice precisava tentar então ela jurou que daria seu coração a primeira pessoa que ela julgasse merecedora e que tivesse por ela um amor semelhante ao que ele um dia teve. Quando em fim encontrou tal pessoa, ela reuniu o pouco da força que ainda lhe restava.
Antes de jurar novamente seu amor a outro, ela tentou ter o amor de Victor por uma ultima vez. Mas isso apenas fez com que sua ferida sangrasse ainda mais, pois o orgulho impediu que ele enxergasse a ultima chance que teriam antes que ela desce seu coração a outro.
Com o pouco de vida que lhe restava, Alice fez um voto a outro. Concluiu um pacto sagrado. Um pacto que não poderia ser quebrado.
Victor despertou tarde de mais...
Alice sempre se mantém distante quando percebi que seus sentimentos podem vir a transpor a razão. Talvez ele nunca a entenda.
Todas as vezes que ela desaparece é pelo simples fato de achar que o amor que tiveram é puro demais para ser maculado por uma conduta imprópria.
O que os consola, mas que também os machuca é saber que amor que tiveram outrora, foi verdadeiro...
Ambos viveriam a se perguntar:
O que poderia ser inexorável como a morte?
O que poderia os lançar a própria sorte?
O que poderia lança-los na escuridão?
O que poderia joga-los nas trevas e no abismo da solidão?
A resposta era simples e era fácil de encontrar, mas eles só a teriam no silêncio de um olhar...