Ela é tão vaca - dizia uma amiga pra outra - que a
vigilância sanitária interditou o banheiro dela por altos índices de gás
metano.
A segunda caiu na gargalhada e depois de soluçar, de tapas
na coxa e de puxar o fôlego, confessou que não tinha entendido a piada. A
primeira se perguntou por que ainda insistia naquela amizade.
Em geral, as duas amigas, as moças da mesma idade, as mais
velhas e as mais novas, desejavam poder gritar sua liberdade sexual para deus,
o papa e o mundo, mas não o faziam. Sabiam que seriam vistas como galinhas,
putas. Como vacas – cuja bosta iluminaria Nova Iorque por meses. E mesmo
vivendo no mesmo mundo que elas, o mundo das sensações, os homens da idade
delas, os mais novos e os mais velhos, também insistiam no que os olhos – os
deles e os dos outros – diziam. A grande maioria não namoraria uma atriz pornô,
por exemplo. Mas, do outro lado da cidade:
- Eu namoraria, cara. - dizia um amigo pro outro -. E se alguém
falasse algo, eu diria: ‘você já bateu uma pra ela, seus argumentos são
inválidos!’
Me tirou boas gargalhadas, excelente texto, Murillo!
ResponderExcluirMuito obrigado, moça. Visite-nos sempre!rs Tem muitos estilos por aqui, talvez se interesse por mais textos.
ResponderExcluir